domingo, 3 de dezembro de 2006

E domingo é hoje.


Caríssimos leitores. Domingo para este pobre náufrago é dia duplamente infeliz pois tenho eu que escapar das lamentações de minha mulher, ávida por meter-se nas multidões dos centros comerciais e, por minha vez, lamentar a inacessibilidade de casas de pasto igualmente lotadas.

A ilha está imunda por obra e graça dos céus, sobretudo São Pedro, que passou dos limites, e das autoridades nativas, avessas à higiene pública. Tais autoridades são de uma estultície eterna no uso de qualquer língua em qualquer lugar do nosso globo. Aqui mesmo, uns anos atrás, uma delas saiu-se com uma que deixou este náufrago desejoso de conseguir nadar por horas a fio a fim de por-se ao largo de maneira definitiva.

Antes de mais nada, perguntaria a meus queridos e hipotéticos leitores acerca da possibilidade de banharem-se em piscina ou tanque onde flutuasse preguiçosa e mal-cheirosamente um belo troço de matéria fecal. Cem por cento de meus leitores com certeza recusar-se-iam a sequer cogitar de imersão em tão duvidoso banho. Vamos imaginar agora que tal troço fora diminuido de metade, ou dois terços, ou três quartos ou sete oitavos e meus higiênicos leitores continuariam irredutíveis em admitir o banho. Não se banha em água suja, seja ela qual for. Pois então estupefato ficou este náufrago ao deparar-se com uma gigantesca placa afixada anos atrás pela administração do insular Albuíno em final da chamada praia de Camburi que exibia orgulhosamente lá serem feitas obras de "Despoluição Parcial" da citada estância praiana.
Um espanto absoluto, caríssimos...

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