
Morreu o entrudo que todo ano exasperava a população insular. O burgomestre acabou de anunciar. Morreu tarde.
Desde sempre o carnaval foi festa popular, unindo ricos e pobres nas ruas e praças em animados grupos, sociedades, corsos e escolas. Algo extremamente democrático e agradável.
Tempos atrás, algum espírito de porco inventou de tomar conta da rua, cercando a área para quem pagasse um pedágio altíssimo. O que era popular tornou-se elitista. Além disso, na arrogância dos novos-ricos, despejavam volume ensurdecedor de algo que chamavam de música aos quatro cantos e os incomodados que se mudassem. Era orgia, aguardente, urina e psicotrópicos.
Pois acabou-se, caríssimos. Aos quintos dos infernos!