quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Comunicações


Vinte e tantos anos atrás, caríssimos leitores, a comunicação daqui mal havia passado da época primitiva: boca a ouvido. Os sistemas modernos feitos pelo intermédio daquela engenhoca presa a fios eram raros e precários.

Atualmente, existe uma quantidade enorme de pequenas máquinas portáteis que a troco de fortunas permitem ao nativo comunicar-se com outro, esteja ele do outro lado do mundo ou apenas cinco passos além, num bazar. Por tradição, foi cuidadosamente preservado o emprego de voz altíssima para tal; o que denota civilização já que os que honram a sua história são pessoas de mérito.

De tal forma a democracia é respeitada nesta ilha que os autócnones, sempre conversando altíssimo, e de asa aberta aos seus portáteis, dividem com seus pares detalhes íntimos como operações de hemorróidas ou processos falimentares. Considero isso um ato de confiança, de gentileza.

São essas pequenas coisas que fazem um náufrago esquecer-se ou consolar-se da distância até seu lar escocês.

Outra marcante atitude do insular é sua sede por informações da comunidade a fim de mantê-la coesa. Pequenos detalhes são sôfregamente divididos com amigos boca a orelha ou portátil a portátil e assim evitam-se desagradabilíssimas gafes ao, encontrando-se com esse ou aquele, estar-se mal informado sobre uma sua separação ou algo parecido. Ficam todos muito a par do que ocorre por todos os lados. Very wise indeed...

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