quinta-feira, 10 de julho de 2008

Volta?

Pois garrafas e garrafas foram deitadas à maré baixa, caros amigos imaginários. Saqueei todas as tribos das redondezas à cata dos invólucros impermeáveis para meus maus escritos. Poucas respostas obtive, mas pelo menos uma incentivando-me a coalhar os sete mares em continuidade com os envelopes flutuantes.
Volto, então. Volto a observar o que se passa neste quinhão de terra incomum em que não se lavra mais o bom milho e, ao invés da saúde, opta-se pela fumaça negra das estruturas semoventes dieseis que jamais viram uma roça sob suas rodas de borracha.
Mês passado viajei à antiga côrte que, apesar dos tempos difíceis, mantém-se majestosa. Burgo muito mais rico e poderoso que este entretanto não apresenta a mesma concentração dos brutais semi-caminhões que ora entulham nossas vias carroçáveis somente em tempo seco.
Impera aqui a ilusão do roceiro ausente. Em um determinado momento, todos assumiram a condição de roceiros tristemente exilados em urbes. Tão logo e não interessando que sacrifícios possam ser feitos, metem-se nesses absurdos; ouvindo música rural de insondável má qualidade e eventualmente ostentando chapéus de nossos vizinhos anglos milhares de milhas ao norte. Pouquíssimos saberão a diferença entre ovo de pato e ovo de galinha e saem por aí, protegidos pelas películas negras que os ocultam dos olhares de censura dos cidadãos de bem com o beneplácito das autoridades que permitem que um recém-licenciado possa conduzir um verdadeiro tanque de guerra de várias toneladas.
Por via das dúvidas e estando o tempo meio frio, encolho-me no meu ninho do décimo andar, apavorado de medo...

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